Casos de mortandade de abelhas no RS voltam a deixar produtores em alerta

  • 25/02/2020

Casos de mortandade de abelhas no RS voltam a deixar produtores em alerta

Cooperativa do Pampa Gaúcho recebeu duas denúncias e se preocupa com repetição do cenário de 2019, que levou à abertura de inquérito do MP


O relato de novos casos de mortandade de abelhas no Rio Grande do Sul acende um alerta para apicultores. O medo é de que se tenha repetição de suspeitas de que o fato tenha sido causado por uso incorreto de agrotóxicos. No ano passado, coletas feitas pela Secretaria da Agricultura apontaram a presença de resíduos em 38 de 43 amostras coletadas em 32 municípios gaúchos. O Ministério Público do Estado tem inquérito civil aberto para apurar a situação.

Presidente da Cooperativa dos Apicultores do Pampa Gaúcho (Cooapampa), Aldo Machado dos Santos, foi acionado por dois produtores com relatos de perdas em município da Fronteira Oeste. São contabilizadas cerca de 300 caixas nesses locais. Em cada uma pode haver entre 50 mil e 80 mil abelhas. Como a descoberta se deu em meio ao período do Carnaval, a inspetoria veterinária da região só deve ser acionada nesta quarta-feira (26). Um dos apicultores confirma o dano, mas prefere não ser identificado até ter o registro.

A suspeita é de que as mortes possam ter sido causadas pelo inseticida fipronil, usado nas lavouras de grãos para matar insetos como formigas. Aplicado nas folhas das plantas, é letal para as abelhas quando elas entram em contato com o químico.

— A própria empresa que desenvolveu o produto não recomenda a aplicação foliar. Tem de haver fiscalização e fazer valer isso. O problema é que o apicultor está pagando essa conta — lamenta Dos Santos.

Ele recomenda que, em casos de mortandade, apicultores procurem a inspetoria veterinária mais próxima, além de acionar o batalhão ambiental da Brigada Militar e fazer registro na Polícia Civil. Outro ponto de preocupação, segundo o dirigente, é que as análises de casos suspeitos não estariam mais sendo realizadas.

O promotor Alexandre Saltz é o responsável pelo inquérito civil no MP. Segundo ele, ficou acertado que o Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas da Universidade Federal de Santa Maria comece a analisar as abelhas, para que se tenha laudo científico, com a coleta ficando a cargo dos técnicos da Secretaria da Agricultura.

No ano passado, em meio às amostras positivas para a presença de agrotóxicos, 36% tinham relação com o fipronil.

Fonte: Gaúcha ZH

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