Fecha o cerco ao uso herbicida do 2,4-D no RS

  • 28/11/2019
Fecha o cerco ao uso herbicida do 2,4-D no RS

Depois de mais de um ano de debate sobre os impactos da deriva do 2,4-D no Estado, pela primeira vez o Ministério Público decide recomendar a suspensão da aplicação do produto. Ainda que a medida esteja prevista somente no período da greve dos fiscais agropecuários, trata-se de orientação mais incisiva. Não se sabe se funcionará na prática.

O pedido ainda precisa ser avaliado pela Secretaria da Agricultura. É a pasta que tem a prerrogativa de determinar a suspensão por meio de portaria ou de instrução normativa. Antes deve ponderar aspectos técnicos para tomar decisão. Pode ser que a paralisação termine antes, o que anularia eventual adoção da medida.

– Acho que não. Se isso acontecer, teremos de reavaliar. Mas fica uma sinalização clara também de que o Rio Grande do Sul não vai mais tolerar descumprimento das instruções normativas – argumenta o promotor Alexandre Saltz.

A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) antecipou reunião da diretoria que ocorreria hoje. Mantendo a posição de contrariedade à proibição de produto que tem registro regular no país, validou outro entendimento sobre a recomendação feita pelo MP.

– Em face à greve dos servidores, concordamos com a suspensão provisória, durante esse período – afirma Domingos Velho Lopes, diretor da entidade.

Avaliação diferente tem Valter Pötter, da Estância Guatambu, de Dom Pedrito, que vem sofrendo impacto da deriva:
– Achamos que será ineficaz. Cogitamos entrar na Justiça. Nossa situação é uma questão de sobrevivência, por isso estamos na luta para suspender o uso do 2,4-D no Estado.

Essa será a segunda safra com laudos que comprovam a deriva do produto. Foram criadas regras para aplicação, após a confirmação em 2018, mas o problema se mantém. E o 100% positivo em 76 análises já entregues é um número forte.   

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