Após Bolsonaro sinalizar recuo, Eduardo diz que indicação está mantida
- 20/08/2019
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou na tarde desta terça-feira, 20, que sua indicação à embaixada do Brasil em Washington está mantida. As declarações foram dadas após o presidente Jair Bolsonaro admitir a possibilidade de desistir da indicação do filho caso sinta que o Senado possa rejeitar o pedido.
"Estão dando o enfoque, tentando dar contorno de que o presidente poderia estar voltando atrás. Não tive nenhuma conversa dessa com ele. (Minha indicação) Está mantida. Estamos seguindo adiante", afirmou o parlamentar no Plenário da Câmara.
Pela manhã, o presidente sinalizou que poderia desistir da indicação caso o governo não tenha votos suficientes para garantir a aprovação do nome do filho. Na segunda-feira, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que 29 senadores resistem à indicação de Eduardo Bolsonaro.
"Eu não quero submeter o meu filho a um fracasso. Eu acho que ele tem competência. Mas tudo pode acontecer", disse o presidente ao ser questionado sobre as dificuldades que a indicação enfrenta no Senado.
De acordo com levantamento do Estado, dos 81 senadores, 29 responderam que pretendem votar contra o nome do "filho 03" do presidente, ante 15 que disseram ser a favor. Outros não quiseram responder (29) ou se colocaram como indecisos (7).
Indagado sobre levantamentos informais que mostram que Eduardo estaria a sete votos para a aprovação no plenário do Senado, Bolsonaro respondeu que o número representa "voto para caramba". A indicação do parlamentar criou uma "guerra de pareceres" no Senado. Após a divulgação de um documento elaborado pela consultoria legislativa da Casa que aponta nepotismo na possível nomeação, outro parecer, também de consultores, afirma o contrário.
Sobre o parecer contrário, Bolsonaro disse que as consultorias agem de acordo com o interesse do parlamentar. "Tem um viés político dessa questão. O que vale para mim é a súmula do Supremo (Tribunal Federal) que diz que não é nepotismo", afirmou o presidente. Ele ponderou que, "se o Senado quiser rejeitar o nome de Eduardo, é direito dele".