Professores estaduais paralisam atividades por um dia no RS

  • 03/05/2019

Professores estaduais paralisam atividades por um dia no RS

Professores estaduais do Rio Grande do Sul paralisaram as atividades ontem como forma de protesto. Os funcionários pedem reposição das perdas salariais, pagamento em dia e realização de concursos públicos para professores e funcionários das escolas.

Segundo o CPERS-Sindicato, que representa os professores da rede pública estadual, as aulas devem ser retomadas hoje.

"A gente recebeu no dia 30, só quem recebe até R$ 1,1 mil. A grande maioria da categoria não recebeu o salário. Então, nós estamos neste primeiro dia com bastante força no estado todo", justifica o diretor do CPERS, Daniel Damiani.

Em Porto Alegre, um grupo de professores se reuniu em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos durante a manhã. Carregando cartazes, bandeiras e instrumentos musicais, os manifestantes procuraram chamar a atenção dos motoristas para suas reivindicações na Avenida João Pessoa.

"A maioria dos educadores está em sofrimento psíquico. Então, ela é uma situação muito delicada porque nós trabalhamos todos os dias, eu tenho 40h no estado, e nessas 40h eu atendo turmas, em média, com 45 alunos", desabafa a professora Michele Duarte.

Em Santa Maria, na Região Central, 65% das escolas paralisaram ontem, segundo o CPERS. Nove escolas estão sem aulas, o que gera um impacto para 6 mil alunos.

Em Santa Rosa, na Região Noroeste, o 10° Núcleo do Cpers também teve atos programados. Os profissionais da área da educação estiveram concentrados desde o começo da manhã em frente da Escola Visconde de Cairú. De acordo com o sindicato, foram pelo menos oito escolas mobilizadas na região.

A 17° Coordenadoria de Educação diz que não foi avisada dos atos de ontem e pediu que todas as escolas informem, o quanto antes, qual a situação das instituições. O comunicado foi repassado para 73 escolas de 22 cidades da Região Noroeste do estado.

Entre as 38 escolas estaduais de Passo Fundo, no Norte do estado, 13 tiveram paralisação total, e outras seis, parcial.

Em Rio Grande, na Região Sul, estima-se que 8 mil alunos tenham ficado sem aula. Pelotas, cidade vizinha, teve adesão estimada em 80% segundo o CPERS. A 18ª Coordenadoria Regional de Educação diz que entende o movimento, mas demonstra preocupação em relação aos alunos prejudicados.

A gestão também acrescenta que as escolas estão paralisadas, mas abertas ao público para orientação. Ainda não há um levantamento completo, mas até agora 14 escolas informaram paralisação total, quatro estão funcionando normalmente e quatro, parcialmente. As demais ainda não se manifestaram.

Reunião com o governador

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informa que "está apurando a lista das escolas que aderiram à paralisação liderada pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) ontem" e ressalta que "os esforços estão voltados ao diálogo com os professores na busca da construção de uma educação de qualidade que priorize o aluno".

Durante a tarde, o governador Eduardo Leite reuniu-se com a diretoria do CPERS no Auditório Paulo Freire, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), Centro de Porto Alegre.

A presidente da entidade, Helenir Schürer, entregou um documento solicitando que o valor do vale-refeição repassado à categoria não seja estornado da folha de pagamento. O governador descartou aumento salarial, argumentando que o estado passa por dificuldades financeiras.

"Não termos essa possibilidade de reposição salarial não significa menor disposição ao debate. A demanda é legítima e justa, mas o foco do governo está em conseguir equilíbrio para voltar a pagar os salários dos servidores em dia, e acreditamos fortemente que isso será feito até o final do ano. Esse é nosso principal compromisso para este ano", disse Leite.

O secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, também destacou a crise financeira. "Hoje, podemos dizer que 85% do orçamento estadual está destinado à folha de pagamento dos servidores", disse.

O governo afirma que toma medidas para contornar o problema, como a renegociação da dívida com a União e o adiamento do pagamento de precatórios. Uma nova reunião entre representantes do governo e da entidade será realizada no próximo dia 13.

"Estamos inaugurando o processo de conversa. Estamos aqui para encontrar motivação para a categoria, mas é evidente que isso esbarra nas questões matemáticas", disse Leite.

Fonte: G1


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