“Esta gente não olha para o povo”, diz Jeferson

  • 04/07/2019
“Esta gente não olha para o povo”, diz Jeferson

O deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) considerou escandalosa a confidência da diretora adjunta de Recursos Humanos da Secretaria Estadual de Educação e Cultura (Seduc), Sônia Schneider de que a Secretaria exige das escolas que solicitam professores à Seduc, a definição da fonte pagadora para o profissional. “É um absurdo completo jogar esta responsabilidade, que é de gestão, para as escolas que legitimamente reivindicam profissionais. Se fosse um prefeito a fazer isso, já estaria preso”, alertou. A manifestação ocorreu durante audiência pública conjunta das Comissões Segurança e Serviços Públicos e de Educação, Desporto, Ciência e Tecnologia, realizada na manhã desta terça-feira (02/07), no Legislativo, que tratou da situação dos professores temporários estaduais.

Na ocasião, professores e funcionários de escola relataram casos dramáticos de demissões sem aviso prévio e durante o gozo ou no retorno de licença-saúde, inclusive de pessoas em tratamento de câncer. No entanto, a representante da Seduc limitou-se a afirmar que não havia ordem de dispensa para nenhuma profissional em licença-maternidade ou em licença por acidente de trabalho. “A gente sabe que tem necessidade de concurso, mas vocês sabem a dificuldade que temos. Não há prazo para atender o tamanho da demanda das licenças”, disse a secretária adjunta, referindo-se à informação dada por ela própria de que haveria quase 20 mil profissionais em licenças atualmente, sem questionar a razão pela qual tantos professores e funcionários de escola estão adoecendo ou preferindo deixar o ofício. “Eu sei que os professores estão adoecendo, mas independente disso, devem procurar melhorar o ambiente escolar, porque nossos alunos não estão aprendendo”, atacou.

Jeferson destacou que os relatos expõem “a crueldade dos gestores que deviam respeitar os servidores da educação”. “ Eles não dialogam com quem não tem poder aquisitivo. Estão obsecados pelo capital”, frisou o deputado. Ele lembrou que a postura do governo Leite está em sintonia com o que ocorre em nível nacional. “Para se ter uma ideia, o governo Bolsonaro está premiando com valor adicional no salário cada negativa de auxílio doença feita pelo perito. Legalizaram a crueldade”, indignou-se o petista. Para ele, Leite segue a lógica de atender ao “Deus Mercado”. “O governo do Estado entende que a crise justifica as maldades. Mas governo é eleito para resolver problemas do povo. Tem de ser criativo, trabalhar, combater sonegação, cobrar isenções fiscais, etc”, detalhou.

O parlamentar lembrou ainda que a Assembleia deve aprovar a privatização das estatais, nesta terça-feira, seguindo a lógica federal de entrega do patrimônio público à iniciativa privada. “Em entrevista sobre as privatizações, questionado sobre quem deve ficar com os passivos da CEEE, o Estado ou o comprador, Leite respondeu que ‘não podemos onerar a iniciativa privada, porque senão, não vai ter comprador‘. Ou seja: vamos aumentar a nossa dívida. É um mau negócio. Tudo para atender o ‘Deus Mercado’. Esta gente não olha para o povo”, finalizou.


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