Bolsonaro e Macron têm encontro "amistoso" na reunião do G20
- 28/06/2019
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro e seu colega francês Emmanuel Macron se reuniram nesta sexta-feira durante a cúpula do G20 em Osaka, um encontro "informal" e "amistoso" apesar das recentes críticas do francês, informou o porta-voz do governo do Brasil. Os dois conversaram por quase 30 minutos, indicou Otávio Rêgo Barros. "Foi um encontro amistoso, por quê não seria?", declarou o general, sem mencionar as recentes críticas de Macron à política climática do Brasil.
Os dois presidentes abordaram, entre outros temas, o acordo de Paris sobre o clima e as negociações sobre o tratado UE-Mercosul, sobre o qual o porta-voz declarou que está "muito avançado" e que espera um anúncio sobre o acordo o mais rápido possível". O ambicioso acordo comercial que começou a ser negociado em 1999 está sendo finalizado em Bruxelas e pode tornar-se realidade em breve, apesar das dúvidas de alguns países europeus, em especial da França, que deseja proteger seu setor agrícola.
A presidência francesa informou que a discussão entre ambos foi "muito direta" e que Macron "insistiu sobre a necessidade de que o Brasil permaneça no acordo de Paris" sobre o clima, apesar de Bolsonaro ter afirmado que não tem a intenção de abandonar o mesmo.
O Palácio do Eliseu anunciou ainda que o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, visitará o Brasil em julho. A reunião entre Bolsonaro, representante da extrema-direita, e o liberal Macron, prevista inicialmente como bilateral (o que dá um status oficial) foi finalmente "informal" por questões de agenda, afirmou o porta-voz, que minimizou a diferença e destacou que o mais importante é que o encontro aconteceu.
Macron ameaçou na quinta-feira não assinar o tratado comercial UE-Mercosul se o Brasil abandonar o acordo de Paris sobre o clima. O Brasil está sob uma tempestade de críticas de ONGs e de alguns governos, incluindo a Alemanha, por sua política de desmatamento. A luta contra a mudança climática é um dos principais temas do encontro do G20, que reúne nesta sexta-feira e no sábado 20 países desenvolvidos e emergentes, uma questão que alguns países, liderados pelos Estados Unidos, não querem ver mencionada no comunicado final.