Ato contra liquidação da Cotrijuí reúne cerca de 300 pessoas em praça
- 29/04/2019
Cerca de 300 pessoas, entre agricultores e lideranças sindicais e políticas, reuniram-se na tarde da última sexta-feira na Praça da República, em Ijuí, em assembleia com objetivo de impedir a liquidação da cooperativa Cotrijuí
A entidade teve o presidente destituído e três executivos afastados no início do ano passado, após o Ministério Público realizar uma operação para investigar irregularidades que teriam sido cometidas por integrantes.
Segundo Edson Burmann, um dos organizadores da mobilização, há 16 meses o grupo luta para que os 4 mil associados da instituição não fiquem sem receber e sem uma cooperativa para beneficiar sua produção.
Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tenente Portela, Ivete Ulrich, a mobilização é "uma luz no fim do túnel" para os agricultores, que mantinham uma relação comercial com a Cotrijuí que passava de geração para geração.
Após a assembleia, uma comissão iria até o Fórum da cidade para protocolar um documento, intercedendo para que o Judiciário não permita a liquidação da cooperativa.
Operação Cotrijuí
No dia 26 de janeiro de 2018, o Ministério Público realizou a Operação Cotrijuí, para apurar supostos crimes cometidos por uma organização criminosa formada por membros da cooperativa. Eles são suspeitos de apropriação de grãos pertencentes aos cooperados, adulterações de documentos e uma série de fraudes destinadas à obtenção de proveito econômico em prejuízo da instituição.
Quatro dias depois, o presidente da cooperativa, Eugênio Frizzo, foi destituído do cargo pelo juiz Nasser Hatem, da 1ª Vara Cível de Ijuí. O magistrado determinou também o afastamento de três executivos, e que a cooperativa entrasse em processo de liquidação judicial.
A ação foi ajuizada por um dos credores, um grupo chinês. Mais de seis fraudes foram investigadas pelo Ministério Público, entre elas, a apropriação indevida de grãos deixados na cooperativa pelos agricultores e o desrespeito à ordem de pagamento dos credores.
À época, o presidente afastado, que estava no cargo desde outubro de 2017, negou as irregularidades. "Essas acusações que foram feitas lá, temos que deixar para ver dentro do processo. Isso tem que ser provado que isso aconteceu pela operação, nós vamos ter a oportunidade de contrapor isso dentro do processo", afirmou Eugênio Frizzo.
Fonte: G1