Governo vai socorrer, mais uma vez, setor elétrico com empréstimos de até R$ 15 bilhões
- 25/10/2021
O governo terá que socorrer, mais uma vez, o setor de energia elétrica no país. O Ministério de Minas e Energia divulgou, por meio de nota, que estuda um novo empréstimo para as distribuidoras de energia cobrirem os custos extras da geração de energia este ano. De acordo com a pasta, o objetivo é evitar novos aumentos na conta de luz, visto que as distribuidoras estão dispostas a repassar o prejuízo para o consumidor. De qualquer forma, o brasileiro ainda pagará por este prejuízo, mas de forma diluída. O novo empréstimo do governo para o setor será nos moldes da Conta-Covid, lançada no ano passado. Na ocasião, 60 distribuidoras de energia pegaram R$ 14,8 bilhões em empréstimos. Este valor está sendo pago pelo consumidor e vai até 2025. Agora, a nova leva de crédito deverá ser entre R$ 10 e R$ 15 bilhões. Há um ano, quando o programa Conta-Covid foi lançado, o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), André Pepitone, ressaltou a importância dos empréstimos. “Com o empréstimo da Conta-Covid, nós vamos conseguir amortecer tarifas, são custos que cairiam na tarifa e deveriam ser pagos pelo consumidor em doze meses, e isto será amortecido para 60 meses, trazendo benefício real para o consumidor, de redução de amortecimento tarifário. Também visa salvaguardar a saúde do setor elétrico brasileiro, salvaguardar o respeito aos contratos, preservando toda cadeia de distribuição, a cadeia de transmissão e a cadeia de geração”, argumenta. Na mesma ocasião, o representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, destacou que os empréstimos teriam efeitos a longo prazo. “Não só pelo impacto em si no setor elétrico, mas dos impactos auxiliares, secundários e terciários, que o preço da energia traz para a nossa economia. Então, se a gente quer sair dessa crise saudável, é importante que a gente tenha um custo de energia competitivo, controlado, e essa operação é importante tanto para o setor elétrico neste aspecto, e mais ainda para todas as nossas cadeias produtivas voltarem a rodar, como era e como já estava acontecendo no primeiro trimestre. Eu acredito que esse exemplo da Conta-Covid em si ilustra muito bem o papel do BNDES, como a gente imagina o papel do banco apoiando não só o setor elétrico, mas a economia como um todo”. O programa anterior foi criado por conta da crise econômica causada pela pandemia. Agora, o novo aporte para as distribuidoras será justificado por conta da crise hídrica que afetou o país, aumentado o valor da geração de energia para os consumidores.
FONTE: Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional /Brasília
Foto: André Pepitone
Crédito da foto: Agência Senado