Docente da Setrem participa de evento internacional sobre leite seguro

  • 08/05/2019

Docente da Setrem participa de evento internacional sobre leite seguro

A docente dos cursos de Agronomia, Engenharia de Produção e Tecnologia em Laticínios da Setrem, Dra. Vanessa Gass da Silveira esteve representando a instituição no Workshop Internacional Leite Seguro, realizado em Capão do Leão (RS), próximo a Pelotas, de 23 a 25 de abril.

Promovido pela Embrapa Clima Temperado, o evento reuniu mais de 30 instituições, que discutiram a resistência dos microrganismos aos antimicrobianos, ou seja, substâncias que demonstram a capacidade de reduzir a presença de micróbios em produtos com os antibióticos.

Na produção de leite, os antibióticos são muito utilizados, principalmente, para tratamento de mastite em vacas. “Independentemente da via de administração dos antibióticos na vaca, eles são absorvidos na corrente sanguínea e são eliminados no leite. A ocorrência de resíduos desses medicamentos no leite pode ocorrer por diversas razões, como por exemplo, misturar o leite retirado de vaca tratada com o de vacas sadias, não observar o período de carência do medicamento, entre outros”, explica Vanessa.

Neste sentido, o objetivo principal do Workshop foi a formação de uma Rede de Colaboração Técnico-Científica, a fim de contribuir para a oferta de lácteos nutritivos, saudáveis e seguros para os consumidores. “Foi um evento extremamente produtivo e de grande importância para o setor lácteo brasileiro”, destaca a docente da Setrem.

Análise de antibióticos no leite

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência dos microrganismos aos antimicrobianos é o maior problema mundial em saúde pública, associado ao uso indevido de antibióticos em medicina humana, veterinária e na produção animal.

“Na indústria existe o monitoramento do leite que é recebido e, dentre os testes de qualidade realizados, um deles é para detecção de resíduos de antibióticos. Se for encontrado um dos antibióticos presentes na lista, o leite deve ser descartado e quem ‘paga o prejuízo’ é o produtor que enviou o leite com esses resíduos”, esclarece Vanessa.

Atualmente, os grupos de antibióticos analisados pela indústria são os Betalactâmicos e as Tetraciclinas. De acordo com as Instruções Normativas 76 e 77/2018, as análises de antibióticos ficarão mais específicas e detalhadas, a partir do final deste mês de maio.

“Deverá ser realizada análise de, no mínimo, dois grupos de antibióticos a cada recebimento. Se, de acordo com estudos feitos por cada indústria, surgir outro grupo de grande incidência na sua bacia leiteira, este poderá ser incluído na rotina de análises. Além disso, em frequência determinada pela própria indústria de acordo com seu autocontrole, devem ser realizadas análises para todos os grupos de antimicrobianos para os quais existam métodos de triagem disponíveis”, comenta Vanessa.

Para isso, ela sugere que as indústrias precisarão se aproximar ainda mais dos produtores. “O trabalho de monitoramento e assessoria deverá ser mais frequente nas propriedades que fornecem o leite para as indústrias. Com isso, quem ganha também é o consumidor, que terá mais confiança para consumir um leite mais seguro”, conclui.

Fonte: Assessoria de Comunicação


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