Governo anuncia que não utilizará as Forças Armadas para fiscalizar o meio ambiente, como fez durante a pandemia

  • 19/10/2021

Governo anuncia que não utilizará as Forças Armadas para fiscalizar o meio ambiente, como fez durante a pandemia

O Governo Federal não precisará mais usar o serviço dos militares das Forças Armadas para combater os crimes ambientais na Amazônia. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, informou que não vai renovar a operação de Garantia da Lei e da Ordem, o chamado GLO. O trabalho dos militares foi encerrado na última sexta-feira (15). Hamilton Mourão é o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal. Ele informou que as Forças Armadas continuarão na Amazônia para dar o apoio logístico se os órgãos ambientais precisarem durante a fiscalização. Para a advogada Ambiental e Mestre em Direito, Mariangélica de Almeida, não é função das Forças Armadas cuidar do meio ambiente. Ela disse que foi uma exceção por causa da pandemia. “Não tem alinhamento. Ela não é do fim precípuo das Forças Armadas. Fizeram essa intervenção dentro de um cenário específico, em que os órgãos ambientais estava em lockdown também. Estava todo mundo parado de máscara dentro de casa sem poder ir à campo. E nós ainda não temos meios de fazer o acompanhamento por satélites, por drones, por Vants. Nós ainda não temos isto disseminado”, explica. Para Mariangélica, o governo precisa investir na formação dos profissionais ambientais usando a tecnologia existente no mundo. “Você vê que a GLO tinha sido prorrogada uma vez. Não tem como prorrogar novamente. O que precisa fazer de verdade é fazer um novo concurso para o Ibama. O Ibama precisa de novos fiscais. O Ibama precisa de investimentos em tecnologia. Salas de situação em que eles possam liberar drones de onde estiverem. E dali eles analisam o que está acontecendo com as imagens dos drones. Isto já é feito em vários locais do mundo. Pode ser feito no Brasil perfeitamente”. A advogada ambiental disse que com a população vacinada, chegou o momento destes agentes começarem a fiscalizar o meio ambiente e que não seja necessária mais a utilização dos militares. “As Forças Armadas não podem ficar se imiscuindo neste tipo de coisa. Era uma necessidade. Eu vejo como uma necessidade. Tinha que tirar as Forças Armadas da frente deste projeto. E tem que botar os órgãos ambientais para funcionar normalmente. Já tem mais de 50% da população vacinada. Esses servidores têm que ser priorizados pra que recebam logo as duas doses da vacina e possam voltar a fazer as operações de fiscalização normalmente”, salienta. Ela lembra que, hoje, no Brasil, apenas o governo do estado de Mato Grosso consegue fazer uma fiscalização imediata, quando detecta desmatamento ou fogo na floresta.

FONTE: Por Luis Ricardo Machado

Rede de Notícias Regional /Brasília

Foto: vice-presidente da República Hamilton Mourão

Crédito da foto: Alan Santos/PR 


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