Número de empregados no Brasil cresce mais de 50%, se comparado com 2020
- 08/10/2021
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 13,7% no trimestre fechado no mês de julho. Houve uma redução de 1 ponto percentual em comparação ao trimestre encerrado em abril deste ano. Mas o número de pessoas que buscam uma colocação no mercado de trabalho é de 14.100 milhões de pessoas. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O avanço foi de 3,6% com mais de 3.100 milhões de pessoas que conseguiram um emprego. Se comparar os dados com abril de 2020, o nível de ocupação fica acima de 50%. Com este percentual, mais da metade da população adulta no Brasil está trabalhando. Para o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), José Luís Oreiro, isto está acontecendo devido à vacinação e pelo fato das pessoas estarem conseguindo novos empregos. “Mais pessoas estão trabalhando porque aquelas que tinham saído da força de trabalho durante a pandemia da Covid-19, conseguiram novos empregos. Agora com a economia reabrindo, com a vacinação, com a redução do medo de contrair a doença e vir a óbito, essas pessoas voltaram ao mercado de trabalho. Isso é uma boa notícia, mas tem o lado negativo. A gente viu que a massa de salários caiu 8,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior”, pondera. Oreiro frisa que estes postos de trabalho, criados no segundo trimestre deste ano, não precisam de uma mão de obra qualificada como, por exemplo, de um trabalhador da indústria. “Se houve uma contração na massa de salários e o aumento do número de pessoas ocupadas, isso significa que o rendimento médio de cada brasileiro caiu. Isto nos dá uma pista do que está acontecendo no mercado de trabalho. Estas pessoas que retornaram para o mercado de trabalho, retornaram para as atividades pouco produtivas. Então retornaram para o setor informal da economia ou para as atividades que proporcionam uma remuneração muito baixa. Aquilo que os economistas têm denominado de uberização da economia”. O professor de economia do DIEESE, Max Leno de Almeida, argumenta que ainda não dá pra saber qual será a projeção da criação de novos empregos a partir de 2022. “Isto demonstra se haverá perspectiva de crescimento ou retração sob o ponto de vista de tudo que se produzem sob bens e serviços na realidade do país. No que diz respeito a esse indicador, o que a gente percebe é que, em relação ao boletim editado, permaneceu uma estimativa para o ano de 2021, um crescimento na ordem de 5,4%, e as sinalizações para os próximos anos também são de crescimento econômicos, mais em valores bem menores”. Max Leno lamenta que a criação de novos postos de trabalho ainda não atinja a indústria brasileira. Ele disse que sem a indústria, a economia brasileira fica fraca. “O que a gente percebe no seguimento muito responsável pelos empregos, inclusive mais qualificados, que é o setor industrial, ele teve uma retração nesse último levantamento que foi apresentado e que traz os números da produção. Então, é um segmento que infelizmente vem sinalizando que mesmo havendo em outros setores econômicos, esse dado demonstra que a queda do setor aponta uma fragilidade sob o ponto de vista da nossa economia”, analisa. O trabalho por conta própria, o chamado trabalho informal, manteve o crescimento e atingiu o patamar de 25.200 milhões de pessoas, um aumento de 4,7%, com mais de um milhão e cem pessoas trabalhando.
FONTE: Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional /Brasília
Crédito da foto: Agência Câmara