Polícia Civil divulga fotos dos suspeitos do roubo a banco
- 07/05/2019
A Polícia Civil divulgou ontem a tarde, em coletiva de imprensa, fotos dos dois suspeitos de participação no roubo a banco em Porto Xavier, que seguem foragidos.
O crime motivou um cerco que duraram 10 dias, sendo encerrado na última sexta-feira após a prisão de quatro suspeitos - entre eles um PM da reserva - e a morte de um quinto em confronto com a polícia. Um soldado da Brigada Militar também acabou morto.
Dois homens ainda são procurados. Um dos foragidos, Ezequiel David Trindade, é apontado pela polícia como principal articulador de roubos a bancos em todo o estado, além de ser suspeito de assassinar o policial Fabiano Heck Lunkes, que participava do cerco e foi atingido durante o confronto.
"Ele é a pessoa que disparou contra o soldado Fabiano, apontado como um dos maiores ladrões de banco do estado", afirma o delegado Heleno dos Santos. Segundo ele, Ezequiel está foragido desde fevereiro de 2019 da Penitenciária de Cruz Alta e tem histórico de outras fugas.
O outro suspeito que teve fotos divulgadas, Luciano Aguilar de Mattos, conhecido como "Lucianinho", não teria envolvimento direto com o assassinato do soldado, mas teria participação no roubo à agência bancária.
"O 'Lucianinho' é natural de Porto Lucena e morador da Região Metropolitana há muitos anos, mas tem contato com a nossa região, o que pode ter facilitado", explica o delegado.
Segundo a polícia, já há mandado de prisão preventiva contra os dois expedido pela Justiça. Isso significa que qualquer policial que encontrá-los pode efetuar a prisão.
A polícia pede que a comunidade passe qualquer informação sobre o paradeiro dos dois foragidos pelo telefone: 08005102828. A denúncia pode ser anônima.
O delegado diz que ainda não pode dar muitos detalhes sobre a investigação, porque ela está em andamento e novos nomes podem surgir, mas garante que tem provas concretas sobre a participação de cada um.
“Temos várias imagens, declarações de testemunhas, provas bem robustas, provas técnicas”, ressalta.
Fim do cerco
O cerco que mobilizou 150 policiais desde o dia 24 de abril foi dado por encerrado na última sexta-feira, depois que a polícia concluiu que os dois suspeitos procurados não estariam mais no perímetro vigiado.
"Havia grande possibilidade que esses dois restantes indivíduos foragidos não estavam mais lá", justifica o comandante regional da Brigada Militar, tenente coronel Alexandre Britte.
A polícia acredita que a dupla tenha aproveitado uma noite de chuva para fugir do local rastejando, como outro suspeito confessou ter feito após ser capturado no Centro de Porto Lucena, na mesma região, com a ajuda da comunidade.
Ele tentava comprar medicamentos e comida e, após ser preso, levou a polícia até a base dos criminosos, em um sitio no interior de Porto Xavier. Lá, outros dois foram presos, entre eles o PM aposentado.
Na última segunda (29), um suspeito de 24 anos se apresentou à polícia, acompanhado por sua defesa. Ele já era monitorado pelos policiais e seria motorista do grupo. Conforme a Brigada Militar, ele é morador de Campina das Missões e estaria em uma residência próxima à mata onde ocorria o cerco.
O local cercado tinha 2 km por 2,5 km. Segundo os policiais, tratava-se de uma área muito grande que exigiria envolvimento de aproximadamente 500 policiais para tornar qualquer fuga impossível.
"Espaço não era pequeno, alguns hectares de terra com mata fechada e com campo aberto. Se nós quiséssemos fazer um fechamento com uma fuga impossível, teríamos que colocar muito mais policiais ainda, né?", alega Britte.
A Polícia Civil avaliou a operação como positiva. "O resultado, no ponto de vista da Polícia Civil, é exitoso", comemora o delegado.
Resumo
O ataque à agência aconteceu no dia 24 de abril.
De acordo com a BM, sete pessoas estariam envolvidas no roubo.
Os homens se esconderam num sítio, dentro de uma mata, e foram cercados pela polícia.
No dia 27, um deles saiu e foi pego. Ele levou a polícia até outros dois envolvidos, um deles um policial aposentado que teria ajudado o grupo.
No dia 28, pela manhã, outro suspeito foi morto em confronto com a BM.
Na noite de 29 de abril, um suspeito se entregou à polícia. Ele estaria numa residência próxima ao cerco.
No dia 3 de maio, a polícia anunciou o fim do cerco.
Dois homens ainda estão foragidos.
O crime
Segundo a polícia, o assalto ao banco aconteceu por volta das 14h30 de 24 de abril. Tiros foram disparados contra a agência e vidros foram quebrados, gerando pânico entre os moradores.
Os assaltantes conseguiram fugir levando reféns, que foram liberados no caminho. Desde então, um cerco era realizado pela Brigada Militar.
Na madrugada do dia 25, durante as buscas, o soldado da Brigada Militar Fabiano Heck Lunkes foi ferido em tiroteio. A bala atravessou o colete à prova de balas e atingiu o peito do policial, que não resistiu ao ferimento. O corpo foi sepultado em Cerro Largo, onde ele morava.
Fonte: G1